Por que não se diz o ‘Amém’ ao final do Pai-Nosso na Missa?
Dentro da nossa proposta deste ano de estar aqui, usando deste meio tão importante que é o nosso Programa de Rádio “Navegando no Barco de Jesus” para responder às perguntas que nossos ouvintes possam ter a respeito de qualquer tipo de assunto; sobretudo, assuntos relacionados à nossa caminhada cristã e religiosa, hoje, com muito carinho, quero apresentar a resposta para uma pergunta que nos foi enviada através da página de comentários do site de nossa paróquia.
Uma amada de Deus nos apresentou a seguinte pergunta: por que não se diz ‘Amém’ ao final da oração do Pai-Nosso na Missa? Vamos então à resposta:
O amém, na Santa Missa, não é dito assim que termina o Pai-Nosso porque suas petições; ou seja, a oração continua em seqüência. O pedido final do Pai Nosso, "mas livrai-nos do mal", se estende numa ardente súplica pela libertação do mal e pela paz e ai, é o padre quem continua (sozinho) a oração do Pai-Nosso dizendo as seguintes palavras:
"Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador”. Aí sim, neste exato momento, toda a Igreja proclama o Amém!
Vale dizer também que, os primeiros relatos da oração do Pai-Nosso na missa advêm do século IV. A introdução do Pai-Nosso na liturgia da missa acabou acontecendo por motivos de preparação para a sagrada comunhão. Em muitas outras liturgias, principalmente nas do oriente como também em algumas liturgias do ocidente, não romanas, o Pai-Nosso era rezado depois da fração ou do partir da hóstia sagrada. A forma tal qual a conhecemos, ou seja, sua recitação após a oração eucarística remonta ao papa São Gregório Magno (que exerceu seu Pontificado do ano 590 ao ano 604). Para ele, a oração do Pai–Nosso na sua primeira parte era a síntese das principais partes litúrgicas da missa.
O Pai-Nosso é tido com estreita ligação com a comunhão. Alguns Papas, bem como alguns Padres da Igreja e alguns santos, relacionaram o pedido acerca do “pão nosso” ao pedido da eucaristia. Pois o próprio Senhor, que está realmente presente na eucaristia, se intitulou o pão do céu. Vale dizer também que a recitação do Pai-Nosso acompanha toda a vida da Igreja, mesmo quando não celebra alguma ação litúrgica. Como por exemplo, na Igreja primitiva em que a eucaristia era tomada na casa dos fieis ou então a sua distribuição era dada aos enfermos. Logo, percebemos que antes do Pai-Nosso ter sua ligação com a missa propriamente dita, tem sua ligação com a distribuição da eucaristia como preparação para a mesma.
Podemos dizer que a recitação do Pai-Nosso é um ato de ousadia, afinal, o ser humano que é pó e ao pó há de retornar dirige-se ao criador como sendo seu filho. É edificante notar que na Igreja primitiva a oração do Pai-Nosso era dita apenas pelos batizados. Contudo, o que nos leva a ousar chamar a Deus de Pai é o próprio mandato de Cristo Senhor “Quando orardes, dizei:” e assim ele, o próprio Jesus, nos ensinou esta belíssima oração (Lc 11,2)!
Quero agradecer pela pergunta enviada e espero que a resposta tenha ajudado muitos a entenderem o por que de não rezarmos o ‘Amém’ ao final da oração do Pai-Nosso dentro da Missa! Você também pode mandar a sua pergunta ou pela página de comentários do site de nossa paróquia ou diretamente na secretaria paroquial e, em tempo oportuno, estarei aqui respondendo todas as perguntas com o maior carinho possível.
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